Estreia esta semana na Globo a minissérie "O Brado Retumbante", que irá retratar a vida de um fictício presidente da República e os pequenos dramas pessoais que assolam o homem que ocupa a cadeira mais poderosa da política tupiniquim. Entretanto, basta dar uma olhadinha um pouco mais atenta para este personagem, que será vivido na trama pelo ator Domingos Montagner (acuma?), e um outro personagem, este real da política brasileira, para perceber que fictício talvez não seja a melhor palavra para o caso.
É bem verdade que a Globo fez questão de manter-se distante do tema desde o fim dos anos 80, com a justificativa de evitar atritos desnecessários. O veto tornou-se ainda mais justificado e efetivo depois de 1989, após o fatídico debate entre Collor e Lula, quando muitos acusaram a emissora de favorecer o Caçador de Marajás na edição. Desde então, os debates passaram a ser realizados ao vivo.
"Tá Pequeno, e daí? E eu quéco pro Collor, pro Lula e pra esse Fiquitiço! Não fizeram uma série sobre o JK esses tempos?" Sim meu nobre interrogador imaginário, fizeram. Mas o caso é completamente diferente. A série sobre o JK tratava-se muito mais de uma retomada histórica e uma exaltação (super valorizada) de um personagem brasileiro. A minissérie "O Brado Retumbante" promete muito mais.
Dentro de um cenário político em que carisma e identificação com o eleitorado vale muito mais do que propostas e projetos de governo, aproximar das pessoas a imagem de um homem forte para a próxima eleição é o sonho de todos os partidos. Dito isso, vamos dar mais olhadinha no ator que irá protagonizar a trama.
Presidente, ao lado da primeira dama, "Maria Fernanda Cândido" |
Alguma semelhança com este moço abaixo?
Bão? |
Um dos consultores e roteiristas da minissérie, o talentoso jornalista Guilherme Fiúza, contou em entrevista ao Diário de S. Paulo que a direção da emissora avalizou cada linha escrita na série e ressaltou que algumas coincidências não puderam ser evitadas. "Na história, existem ministros que caem por causa de denúncias de corrupção. Mas o Brasil real superou de longe no número de casos do tipo", ironiza ele, citando os sete homens de confiança de Dilma que foram afastados ou se demitiram por conta de acusações.
Em resumo, podemos aguardar em "O Brado Retumbante" muita discussão sobre política, evidentemente que com uma clara predileção pelo drama humano, mas serve como uma tentativa de retratar a situação política deste país de uma forma que o povo consiga entender. De uma vez por todas.
Bruno Ribeiro, vulgo Pequeno, é jornalista, botafoguense e proprietário de um cachorro da marca Daschund chamado Serafim. Serafim possui dupla personalidade e um senso de humor questionável.
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@pequenoribeiro
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