sexta-feira, 27 de julho de 2012

Opinião | Coral do Palácio Avenida é trabalho infantil?


Hoje fui surpreendido com uma matéria do G1 Paraná, sobre o Ministério Público do Trabalho (MPT) considerar trabalho infantil a participação no coral do Palácio Avenida, realizado há 21 anos.  Além de sentir um orgulho paranaense pela beleza do espetáculo, conheço muitas pessoas (esses, todos grandinhos...) que trabalharam ou de alguma se envolveram com a apresentação em alguma de suas edições. Todos mostraram indignação com a decisão do MPT.

O MPT investigou, no ano passado, durante os três meses de ensaios e nas doze apresentações realizadas, tudo que foi desenvolvido pelo HSBC e concluiu que a participação dos pequenos representa uma relação de trabalho. Tudo partiu após uma denúncia, evidentemente, mantida em sigilo. Me surpreende  que ao longo de todo esse tempo, o MPT não tenha levada em consideração a opinião de todos os envolvidos no projeto, especialmente as crianças.



São inúmeras as histórias de adolescentes e jovens que cresceram após fazer parte do espetáculo e dessa forma, com o apoio da empresa responsável, tiveram uma oportunidade bacana na vida. O HSBC é uma das poucas instituições que realiza um trabalho social consciente, conduzido por gente competente e sob a batuta de um instituto social que é referência em todo o país. Quando um jurista irresponsável, como é o caso dessa senhora Fernanda Matzembacher, chefe de fiscalização do ministério, vem e dá uma canetada sem nexo como essa, a chance de que outras empresas passem a investir em ações sociais e bacanas, fica cada vez mais distante.

Camila Guimarães, trabalhou em diversas ações voluntárias e garante que participar do coral como Anjo foi uma das melhores coisas que ela fez na vida. As pessoas que cuidam das crianças, e não recebem um centavo para isso, ganham justamente o nome angelical por ter em suas mãos a responsabilidade de cuidar de duas crianças. É um entre os diversos exemplos do caráter desta ação. Ela me contou que passou cerca de um mês em contato com as crianças e acompanhou a empolgação deles em todos os ensaios. "Eles quase me matavam! Pulava, brincavam e se divertiam todos os dias. Em todo o período que passei lá, nunca vi nenhuma criança reclamando. Todos os dias, todos iam se apresentar empolgados, sentindo-se as pessoas mais importantes do mundo!", disse Camila.

Nenhuma dessas crianças é obrigada a participar do coral. Nenhuma delas recebe para cantar. Qualquer uma delas pode desistir e ir para casa se sentir preguiça ou cansaço. Todas podem desistir. Se os ensaios são longos, é por isso que o resultado é tão belo. Trata-se de um escola de disciplina e que dá valiosas lições de cidadania. Nada cai do céu se você não se dedicar, treinar, ensaiar, estudar... Essas crianças aprendem isso, se divertindo e dando para o Paraná e o Brasil um espetáculo único.



Por essas e outras que nosso país segue estagnado. Enquanto um bando de engravatados falam, falam, falam, escrevem, aprovam leis irrelevantes, emitem pareceres ridículos como esse, poucos realmente se preocupam em agir para mudar algo relevante.

Bruno Ribeiro, vulgo Pequeno, é jornalista, botafoguense e proprietário de um cachorro da marca Daschund chamado Serafim. Serafim possui dupla personalidade e um senso de humor questionável.

@pequenoribeiro






2 comentários:

  1. Opiniaum das crianças? uhauhahuauhauha
    Ain, vc eh mto burro mesmo hein! Criança não tem opiniaum!!!

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