quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Ídolos rasos
No futebol tudo é mutável, mas neste momento o Kléber está fora do Palmeiras e Felipão no comando. Claro que duas derrotas podem alterar esse cenário, mas parece que a diretoria do Verdão pretende segurar o treinador pentacampeão até o fim.
Mas o assunto aqui não é nem a crise alviverde, nem os chavões “O Palmeiras é o maior inimigo dele mesmo”, ou a briga política.
Tem uma coisa que me incomoda muito nos últimos anos: os jogadores que eu chamo de “Ídolos de Carência”. Nas últimas duas décadas os torcedores brasileiros sofreram muito com as passagens relâmpagos dos atletas por seus clubes e com isso não há mais tempo de criar uma real identidade entre jogador e torcida. E se o clube não tiver uma temporada arrasadora, fica ainda mais difícil um jogador ter um currículo com muitos títulos pelo mesmo clube.
Mas o torcedor não quer saber isso, ele quer um ídolo. Um nome para gritar na pelada com os amigos. Por carência de ídolos e muitas vezes de títulos, jogadores chegam a um patamar que não merecem. E isso acontece com muita frequência no futebol brasileiro.
Claro que título não pode ser o único argumento para transformar um jogador em ídolo. Mas isso é importante, porque o futebol (como qualquer esporte) vive de vitórias. Dois exemplos atuais: Kléber e Luis Fabiano. Os dois já receberam o status de ídolo pelos torcedores de Palmeiras e São Paulo, respectivamente.
Mas o que fizeram para isso? Títulos? Não. Eles só conseguiram levantar um trofeu por estes times. Identificação? Alguns acham que sim, mas que tipo de identificação? Só se for com as torcidas organizadas do Palmeiras e São Paulo, e consequentemente a grande massa de torcedores absorveu isso. Pois não esqueçam que o Fabuloso saiu do Tricolor recebendo diversas vaias no Morumbi. Nessa sacola de ”Ídolos de Carência”, podem ser colocados milhares de jogadores, como Tevez no Corinthians. O Santos me parece um dos poucos times da 1ª Divisão que não sofre com esse mal.
Para mim, um jogador se transforma em ídolo com apenas um momento: “O Momento”. Quer um exemplo? Ser campeão do mundo com o Brasil e permanecer no time para disputar a Série B, ou então, defender um pênalti contra seu maior rival na Libertadores da América: esse é Marcos. Um ídolo de verdade. Daqueles que dá até vontade de ir para o gol na pelada só para gritar seu nome na hora de fazer uma defesa. “O Momento” pode acontecer em um segundo, ou em um ano, ou em mais de 100 gols (entre faltas e pênaltis), como acontece com Rogério Ceni. Ou em uma falta no Maracanã, como foi Petkovic. E por aí vai...
Não banalize o significado de qualquer palavra em sua vida. E faça o mesmo como torcedor de futebol, ídolos são e devem ser poucos.
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